Empatia; ajude a salvar uma vida
O silêncio pode ser fatal para alguns. Ajude e salve uma vida.
Amanhã, 10 de setembro, é o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio; lembrando, porém, que esse é um assunto sério, que deve ser discutido durante o ano inteiro. No Brasil, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) junto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) organizam a campanha nacional “Setembro Amarelo”, em prol do cuidado com essa questão que afeta a vida de tantos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo inteiro, por ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida. A Organização também informa que, para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.
Segundo o site da campanha Setembro Amarelo, no Brasil, quase 12 mil suicídios são registrados por ano. A última pesquisa que a OMS realizou sobre o assunto em 2016 demonstrou que a taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no Brasil, ao contrário do índice mundial, que caiu 9,8%.
Os dados assustam, mas eles mostram quão importante é discutir sobre a prevenção durante o ano inteiro. Afinal, uma conversa pode ser essencial para salvar uma pessoa que não vê mais esperança.
Como notar que a pessoa precisa de ajuda?
O coordenador da Pós-Graduação em Psiquiatria do IBCMED, Professor Mestre Francisco José Ribeiro, falou sobre os sinais a que devemos dar atenção. “O suicida não demonstra motivação por nada e não tem esperança no futuro. A tristeza profunda somada à desesperança e a outros sintomas, como isolamento social, falta de energia, cansaço e alterações no sono, podem indicar um risco para o suicídio”, afirmou Ribeiro.
Principalmente o período que estamos vivendo, uma pandemia global, que colocou praticamente o mundo inteiro em isolamento social, faz muitas pessoas terem fortes crises de ansiedade e se sentirem deprimidas por estarem distantes do convívio social.
O coordenador ainda completou informando que o suicídio se tornou a segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás somente dos acidentes de automóvel. A maioria dos casos ocorre na população masculina, e as causas vão desde doenças psiquiátricas — sobretudo a depressão — até efeitos do uso de drogas.
Como podemos ajudar na prevenção?
O Professor Francisco explicou como podemos ajudar as pessoas nessa situação. “Os familiares têm papel fundamental na prevenção do suicídio. Se você perceber alguns dos sinais de alerta em alguém próximo, leve em consideração a dor e o sofrimento dessa pessoa. Demonstre empatia, busque o diálogo de forma respeitosa e não invasiva e incentive a procura por acompanhamento psiquiátrico”, afirmou ele.