De acordo com um levantamento realizado por uma empresa de preservativos com cerca de mil brasileiros, mais da metade dos homens (51%) está insatisfeita com sua vida sexual. Entre as mulheres, o problema é ainda maior: 56% delas estão descontentes. Segundo o Dr. Eliezer Berenstein, coordenador da Pós-Graduação lato sensu em Sexologia Clínica da Faculdade IBCMED, esta é uma das inúmeras pesquisas que estudam o comportamento sexual humano e que mostra uma mínima, mas verdadeira, parte do universo da fisiologia e patologia sexual. “Para o cientista que deseja entrar para esta área, começam a surgir opções como a nossa Pós-Graduação em Sexologia Clínica do IBCMED. Esta é uma oportunidade única para o aluno que quer abrir uma porta para este universo”, garante Dr. Berenstein. Abaixo, uma breve entrevista com o coordenador do curso, que esclarece algumas questões pertinentes ao tema.
O que é sexualidade?
A sexualidade humana é o resultado do processo evolutivo que há seis milhões de anos vinha selecionando as características adaptativas positivas do ser humano e eliminando as características negativas, que se perderam a partir de sua inutilidade. A partir da evolução do Homo Sapiens para a era da “cultura”, porém, a função sexual passou a ser influenciada por religiões, interesses econômicos, e, finalmente, interesses políticos. Com isso, o que chamamos de Sexo Contemporâneo deixa de ser eminentemente instintivo, para ser “regulamentado” pelo Sistema Nervoso Central que, por sua vez, é o intermediário entre os hormônios e a cultura, portanto, o meio externo.
O comportamento sexual sem a função reprodutiva é considerado normal atualmente, porém uma série enorme de doenças surgem nesta sexualidade não reprodutiva, chamadas pela ciência de disfunções sexuais.
O que é sexologia?
A sexologia é o ramo da ciência que estuda o universo da intimidade humana para além da função reprodutiva. Apesar de alguns de seus temas de estudo serem considerados tabu pelos mais puritanos, como qualquer ramo da ciência, suas descobertas provocaram revoluções na maneira como o assunto é visto. Pode-se considerar que ela nasce em 1886, com um psiquiatra chamado Richard Von Kraft-Ebbing, o primeiro cientista a catalogar todos os comportamentos “perversos” de seus pacientes na cama.
Sua pesquisa foi batizada de Psychopathia Sexualis e deu início à sexologia. Para Kraft-Ebbing, um comportamento sexualmente perverso era definido por qualquer atividade sexual sem o propósito de reprodução (e ainda mais perverso se não praticado por um casal heterossexual). No entanto, sua pesquisa teve o efeito contrário do que o psiquiatra esperava – outros estudiosos, e até mesmo leigos, descobriram que os comportamentos perversos descritos no livro eram tão comuns que chegavam a ser normais.
O que fazer para que o paciente consiga melhorar a qualidade da sua vida sexual?
Dar consciência às pessoas é a grande chave para a melhoria da vida sexual da população. Consciência de que a nossa educação sexual vinda da família é limitada, pois, até uma geração atrás, o assunto era totalmente tabu de ser falado de pais para filhos. Até a geração passada, o assunto não estava nos currículos das escolas e os próprios professores, por sua falta de conhecimentos claros, fugiam deste tema, mesmo que presenciassem e confirmassem a falta que isto fazia para as crianças. Consciência porque a carga de desinformação ou informações tendenciosas que esta geração está recebendo através da Inteligência Artificial é danosa e somente agravará as patologias sexuais.
Em que momento o paciente deve procurar auxílio médico? O que é recomendado?
A sexualidade humana é uma forma vital de ter prazer. Toda vez que a intimidade gerar dúvidas ou desprazeres é recomendado o acesso da pessoa a um Terapeuta Sexual, que decidirá se seu trabalho será uma simples orientação ao cliente ou casal. Este processo é muito simples, econômico e confortável. Caso uma patologia já estiver instalada, e o sexo esteja gerando algum sofrimento, o terapeuta iniciará um “processo terapêutico” adequado até a resolução de conflito motivador do sofrimento. Nos casos em que a vivência da sexualidade enquadrar-se em uma Patologia ou Disfunção sexual será medicada paralelamente à terapia sexual. Ou seja, para qualquer grau em que o desvio do objetivo de prazer sexual esteja, há soluções pela Sexologia Clínica.
Dr. Eliezer Berenstein, coordenador da
Pós-Graduação lato sensu em
Sexologia Clínica da Faculdade IBCMED