A prática de ir ao médico para exames de rotina, ao menos uma vez por ano, pode ajudar a detectar doenças precocemente e salvar vidas. Por este motivo, é imprescindível que este hábito seja incorporado à família desde cedo. Assim, o quanto antes as crianças se familiarizarem com este costume, melhor. Entretanto, é preciso passar confiança aos pequenos e tornar o momento da consulta o mais tranquilo possível. Isso é tão importante que a tecnologia está sendo requisitada para contribuir com o bem-estar de meninos e meninas, com o uso de robôs e filmes de realidade virtual.
Segundo o Portal Terra, uma das soluções foi desenvolvida no Brasil e usa a realidade virtual (VR, na sigla em inglês) para fazer as crianças cooperarem na hora da vacina. O projeto VR Vacina faz com que as crianças usem um headset (conjunto de visor, fone de ouvido e microfone) para assistir a uma animação 3D. A história é uma aventura em que heróis vestidos de armaduras defendem suas terras de um vilão. Enquanto a criança assiste à animação, a enfermeira também vê a história se desenrolando em uma tela separada e sincroniza o que acontece no roteiro com os atos de limpar a pele e aplicar a injeção.
O projeto foi lançado pela empresa de saúde Hermes Pardini, como uma ferramenta para ajudar nas campanhas de vacinação. O conteúdo foi criado pelos estúdios de design VZLAB e Lobo. A experiência da realidade virtual relaxa a criança e solta os seus músculos; assim, fica muito mais fácil para a enfermeira aplicar a vacina. Os resultados têm sido tão positivos que a rede Hermes Pardini instalou os headsets de realidade virtual em todas suas 80 unidades, em diversos Estados.
Robô-pato com sentimentos
Conforme o mesmo levantamento do Portal Terra, a tecnologia também está ajudando crianças diagnosticadas com doenças crônicas a expressarem seus sentimentos e cooperarem com o tratamento. Por exemplo, a empresa americana Sproutel desenvolveu um robô-pato, usado no tratamento de crianças com câncer. O robô reage ao toque, como se fosse um bichinho de pelúcia animado. Além disso, ele tem cartões de emoção para diferentes tipos de sentimento. Ao tocar um desses cartões no peito do robô-pato, ele reage com aquela emoção. Ele também tem um acessório em forma de cateter, que permite que as crianças administrem quimioterapia a ele. Até agora, a Sproutel recebeu 600 pedidos do pato-robô para 37 hospitais nos Estados Unidos. Cada um deles custa US$ 200.
Humanoides interagem com pacientes
A reportagem do Terra traz ainda o exemplo da empresa canadense RXRobots, que passou anos desenvolvendo o MEDi, um robô humanoide. Ele foi projetado para estabelecer uma relação com as crianças e ensinar estratégias comportamentais para lidar com a doença através de jogos e conversas. O MEDi ensina os pequenos pacientes a realizarem exercícios de respiração, para relaxarem e diminuírem a ansiedade em relação ao tratamento, por meio de brincadeiras. Entretanto, o robô ainda não está perfeito e ainda custa muito caro, em torno de US$ 15 mil cada.