O médico das crianças e adolescentes
Hoje é celebrado o dia do Pediatra, o médico responsável pela saúde dos pequenos.
No final do século XIX, a Pediatria surgiu devido aos elevados índices de mortalidade infantil e à ausência de profissionais especializados para cuidar das crianças. Atualmente, no Brasil, já são mais de 43 mil especialistas, e é considerada a segunda maior especialidade, de acordo com a Demografia Médica de 2020.
Em 2016, o Doutor Mário Carpi começou a dar aulas para o curso de Pediatria do IBCMED. Hoje ele é o coordenador da Pós-Graduação em Urgência e Emergência em Pediatria e Neonatologia. Mário disse que percebeu estar no lugar certo quando se especializou em Medicina Intensiva Pediátrica. “Gosto de muitas áreas de atuação da pediatria, mas a Medicina Intensiva Pediátrica é uma grande paixão. Sinto muito orgulho de ser intensivista pediátrico”, afirmou Carpi.
O doutor explicou que, quando está atuando dentro da UTI Pediátrica, consegue se desligar de tudo e se concentrar totalmente. “É uma alegria imensa quando ajudamos a recuperar uma criança em situação crítica e devolvê-la à sua família e à sociedade. Isso não tem preço”, ressalta o intensivista.
O coordenador é formado há 25 anos, tendo terminado sua primeira residência médica em Pediatria em 1997. Logo em seguida, já concluiu sua segunda residência em Medicina Intensiva em Pediatria, em 1999. Mário conta que iniciou a carreira como médico da UTI Pediátrica da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Em 2003, defendeu seu doutorado e, no ano seguinte, já passou no concurso para Professor Assistente do Departamento de Pediatria da FMB – UNESP. “Fiquei até o final de 2019, quando decidi me mudar para Brasília, onde coordeno a Linha de Cuidados Pediátricos da Rede DASA – Brasília”, explicou Carpi.
Pediatria no Brasil
De acordo com a Demografia Médica 2020, a Pediatria é a segunda maior especialidade no Brasil, com uma concentração de 10% dos especialistas, que são mais de 43 mil. 54% dos pediatras estão presentes na Região Sudeste. As mulheres representam 74,2% da Pediatria, enquanto os homens são 25,8%.
O Doutor Mário Carpi conta que o pediatra tem por função básica cuidar da saúde física e mental de crianças e adolescentes, não somente por meio de ações curativas, mas também promovendo inúmeras ações preventivas. “É uma imensa responsabilidade, pois será determinante para o futuro do país e da nação”, afirma Carpi.
Tecnologia na Pediatria
A tecnologia é uma grande influência na vida de todos. Dentro da Pediatria, ela tem o lado positivo e o negativo. A tecnologia ajudou a aumentar o conhecimento sobre a área pediátrica, a produção científica em alta escala e a proporção do público pediátrico. “A evolução tecnológica e o avanço do conhecimento foram imensos nestes 25 anos. Isso nos permitiu aumentar a sobrevida e a qualidade de vida de crianças portadoras de doenças crônicas graves”, contou o coordenador do curso de Urgência e Emergência.
Por outro lado, a tecnologia trouxe desafios para os pediatras. O Doutor Mário já fez essa percepção sobre o assunto. “Mas eu diria que vivemos tempos de muita tecnologia e essa nem sempre é usada de forma correta. Excesso de telas, consumo de informações imediatas, sem credibilidade e, por vezes, perigosas, crianças cada vez lendo menos livros, refletindo e raciocinando menos”, comentou Carpi.
Desafios da Pediatria com a Covid-19
A pandemia da Covid-19 modificou a vida de todos ao redor do mundo, de uma forma ou de outra, para a Pediatria não foi diferente. O professor Mário Carpi disse que não foi a doença Covid em si, já que a mesma “poupou”, relativamente, as crianças. São poucos os casos graves em crianças, exceto quando estão presentes comorbidades graves.
Mário explica que o isolamento social e, principalmente, o fechamento das escolas ocasionou grande redução das consultas e internações pediátricas. “Houve fechamento de UTIs pediátricas, e vários colegas intensivistas foram ajudar no atendimento em UTIs de adultos”, acrescentou o doutor.
Porém, Carpi ressalta que o medo fez com que muitas famílias postergassem consultas médicas e abandonassem o acompanhamento das crianças portadoras de doenças crônicas. “Evidentemente, isso teve consequências negativas na saúde e seguimento dessas crianças. O medo nunca é um bom conselheiro”, conclui o pediatra.