De acordo com o Relatório Medscape 2018, pesquisa sobre estilo de vida realizada com 1.838 médicos brasileiros, a depressão e o burnout em médicos já atinge cerca de 45% dos profissionais pesquisados.
O número é tão expressivo que maneiras de prevenção da doença, caracterizada pelo esgotamento físico e mental provocado pelo excesso e sobrecarga de trabalho, têm sido discutidas com frequência em fóruns e congressos voltados para a comunidade médica.
Burnout em médicos: entenda melhor a doença
Além do esgotamento mental e físico, a enfermidade é caracterizada por dois outros sintomas clássicos: a despersonalização e o distanciamento de situações ou ambientes que antes eram potencialmente estimulantes.
Com o surgimento do burnout em médicos, é comum que profissionais que antes dedicavam grande interesse à Medicina e ao desenvolvimento das suas carreiras passem a apresentar tamanho desinteresse pelo trabalho que nem mesmo a vida dos pacientes seja um fator de motivação. Nesses casos, o afastamento das atividades profissionais é inevitável.
Baixos salários e altas cargas horárias contribuem para o problema
Ainda segundo a pesquisa, a crescente desvalorização da profissão, com o pagamento de baixos salários, bem como cargas horárias de trabalho excessivas são os dois principais fatores que contribuem para o surgimento da doença.
Curiosamente, nos outros seis países onde as entrevistas foram realizadas, a execução de tarefas administrativas foi apontada como uma das principais causas que aumentam os índices de burnout em médicos. A questão, no entanto, não parece ser tão relevante para os profissionais brasileiros: por aqui, esse fator apareceu apenas em quinto lugar.
Os pesquisadores alertam ainda para consequências mais graves do burnout em médicos, que quando não tratado adequadamente pode provocar quadros de depressão, ansiedade e até mesmo levar ao suicídio.
Características da personalidade também podem ser determinantes
É importante ter em mente que além dos fatores externos já mencionados, características da personalidade dos profissionais de Saúde também podem ser determinantes para o surgimento do burnout em médicos.
Profissionais com perfil mais competitivo e ambicioso, que apresentam dificuldades para delegar e acabam centralizando funções que poderiam estar a cargo de outros colaboradores, também parecem estar mais propensos a desenvolver a síndrome da exaustão.
Da mesma maneira, aqueles de personalidade mais insegura, que necessitam de validação constante de seus pares e superiores, ou com dificuldades para dizer não também estão mais vulneráveis à enfermidade.
Para evitar que o burnout em médicos se instale, a mais óbvia recomendação é não abrir mão de períodos de descanso, não só físico como mental. É importante que profissionais de Saúde busquem reservar na agenda momentos para se desligarem completamente das atividades laborais e se dedicarem a projetos pessoais que lhes tragam prazer, como estar com os amigos e praticar esportes.
Mudanças de atitudes e expectativas com relação ao cotidiano profissional e a adoção de hábitos de vida mais saudáveis também são medidas relevantes na prevenção do burnout em médicos.
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